Em meio à tensão internacional provocada por uma possível invasão da Ucrânia, o governo russo testou neste sábado (19) armas hipersônicas, nucleares e de longo alcance. Segundo comunicado do Kremlin, a manobra é parte de “exercícios militares” pré-agendados, em parceria com as forças da Bielorrússia.
“Todos os mísseis atingiram seus alvos, confirmando seus objetivos de desempenho”, disse o Kremlin, acrescentando que os exercícios incluíram bombardeiros Tu-95 e submarinos. Em declaração a emissoras de TV locais o chefe do Estado-Maior da Rússia, Valery Gerasimov, disse a Putin que “o principal objetivo desses exercícios é aperfeiçoar o desempenho de nossas forças ofensivas estratégicas, e entregar um ataque garantido contra o inimigo”.
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O presidente russo assistiu aos testes a partir da sala de situação do Kremlin, em companhia de Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia e seu aliado político.

Segundo a Folha de São Paulo, entre as armas testadas está o missíl hipersônico Tsirkon. Projetado para atacar embarcações, ele tem um raio de alcance “superior a 1.000 km”, dependendo do tipo de alvo, e capacidade hipersônica: voa a 28 km de altitude com uma velocidade entre 9.800 e 11.000 km/h, ou seja, entre oito a nove vezes a velocidade do som.
A ogiva pode ter entre 300 e 400 kg, e pode ser equipada com explosivos convencionais ou uma arma nuclear. Versátil, ele pode ser disparado de aeronaves como bombardeiros Tupolev Tu-22M3, de navios ou de submarinos.
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Também foram testados mísseis Kinjal, capazes de voar a Mach 12 (12 vezes a velocidade do som, ou mais de 14.300 km/h) e que podem ser lançados de aeronaves como o caça Mig-31 ou o bombardeiro Tu-22M3. Eles podem ser equipados tanto com ogivas nucleares quanto com explosivos convencionais.
Outras armas testadas foram os mísseis Iskander-M, com alcance de 500 Km e disparados de baterias em solo, e Kalibr, que foram disparados de submarinos no Mar do Norte e Mar Negro, além de bombardeiros estratégicos TU-95MS, contra alvos na península de Kamchatka, no extremo oriente da Rússia.
Coroando o teste, a Rússia disparou um míssil intercontinental Yars a partir de Plesestk, próximo à fronteira com a Finlândia, em direção a Kura, na península de Kamchatchka, a 5.500 km de distância. Foi quase o mesmo trajeto feito pelo Sineva, um SLBM (Submarine Launched Ballistic Missile, Míssil Balístico Lançado por Submarino) disparado a partir do submarino nuclear Karelina, estacionado no Mar de Barents.
Ambos são mísseis MIRV (Multiple Independently Targetable Reentry Vehicle), que carregam múltiplas ogivas capazes de atingir vários alvos independentes. O Yars pode levar de 3 a 6 ogivas, com força explosiva entre 150 e 500 kilotons, enquanto o Sineva carrega de 4 ou 10 ogivas, com força de 500 ou 100 kilotons cada, respectivamente.
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